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Mulher 3.0: (A) política

Ratati, ratatá, batem os tambores, as famílias saem de casa, os cães ladram, as crianças gritam de excitação.

Catarina Gomes
Catarina Gomes, jornalista catarina.gomes.junior@gmail.com

Ratati, ratatá, batem os tambores, as famílias saem de casa, os cães ladram, as crianças gritam de excitação. No meio da confusão custa acreditar, mas o inédito aconteceu: uma mulher candidatou-se a um cargo político! Estou a exagerar é claro (e já voltamos a esta história). Existem mulheres na política portuguesa, da esquerda à direita, de norte e a sul, e claro aqui mesmo no centro. Mas é importante realçar que estes casos são exceção, e basta olhar para os cartazes políticos das próximas eleições autárquicas para perceber que o alfa ainda é macho. Será que esta discussão também não passou já de prazo? Será ainda tão importante discutir a ausência descarada de mulheres nos círculos de decisão portugueses? Não passou de moda, e tenho amigos do sexo masculino que ainda creem a ausência de poder feminino ser um fenómeno natural – a propósito das quotas de mulheres no Parlamento. Camuflo a minha decepção com fenómenos esporádicos mas positivos como o do Nobel da Paz de 2011, Leymah Gbowee, da Libéria. É claro que teve de dividir este prémio com outras … duas mulheres!

Voltando ao início, uma grande amiga minha candidatou-se a uma junta de freguesia no distrito de Leiria. Pode não ter ganho o Nobel, mas é um pequeno passo que irá certamente mudar o mundo.

(texto publicado na edição de 5 de setembro de 2013)