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Mulher 3.0: A televisão por cá

Vivo na Holanda há quase dois anos e tenho sido uma má aluna, daquelas com falta de vontade de aprender e que nem fala holandês.

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Catarina Gomes, jornalista catarina.gomes.junior@gmail.com

Vivo na Holanda há quase dois anos e tenho sido uma má aluna, daquelas com falta de vontade de aprender e que nem fala holandês. A única coisa em que tenho conhecimento são os mídia holandeses. O serviço público holandês é especial e é composto por nove organizações produtoras de conteúdo que depois têm os seus programas espalhados por poucos canais de televisão, radio, internet e digital. Até aqui parece informação aborrecida, certo? Veja o detalhe caro leitor, estas produtoras têm peso na programação com base nos seus membros ou sócios. Este sistema que começou há cerca de 90 anos foi criado para dotar a comunicação do mesmo pluralismo e diversidade visível na sociedade holandesa de então: católicos, protestantes, judeus, socialistas, e afins. Se um certo grupo tiver “membros” suficientes ou representatividade na sociedade tem direito à sua voz. Este sistema continua mais ou menos igual nos dias de hoje. Ora bem, ter voz e ser representada não é o meu caso ou o de muitos no presente da comunicação social portuguesa. Eu nunca dei mergulhos numa piscina e muito menos dancei com as estrelas. Também nunca estive trancado numa casa ou numa quinta por mais de dois dias seguidos. Porque razão ninguém me ouve?

(texto publicado na edição de 8 de agosto de 2013)