Vivo na Holanda há quase dois anos e tenho sido uma má aluna, daquelas com falta de vontade de aprender e que nem fala holandês. A única coisa em que tenho conhecimento são os mídia holandeses. O serviço público holandês é especial e é composto por nove organizações produtoras de conteúdo que depois têm os seus programas espalhados por poucos canais de televisão, radio, internet e digital. Até aqui parece informação aborrecida, certo? Veja o detalhe caro leitor, estas produtoras têm peso na programação com base nos seus membros ou sócios. Este sistema que começou há cerca de 90 anos foi criado para dotar a comunicação do mesmo pluralismo e diversidade visível na sociedade holandesa de então: católicos, protestantes, judeus, socialistas, e afins. Se um certo grupo tiver “membros” suficientes ou representatividade na sociedade tem direito à sua voz. Este sistema continua mais ou menos igual nos dias de hoje. Ora bem, ter voz e ser representada não é o meu caso ou o de muitos no presente da comunicação social portuguesa. Eu nunca dei mergulhos numa piscina e muito menos dancei com as estrelas. Também nunca estive trancado numa casa ou numa quinta por mais de dois dias seguidos. Porque razão ninguém me ouve?
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>(texto publicado na edição de 8 de agosto de 2013)