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Nortada: Exportar inveja

Este (des)Governo anda à procura de ideias para aumentar as nossas exportações? Pode ter encontrado ouro em Leiria.

Filipe Pinto Loureiro, empresário flfranca@yahoo.com

Este (des)Governo anda à procura de ideias para aumentar as nossas exportações? Pode ter encontrado ouro em Leiria. Sugiro exportar inveja. Cidade e arredores não correm risco de ficar sem este “minério” nas próximas décadas…

Há que ver mercados em défice, formas de promoção e o melhor transporte. Mercados a precisar de inveja, talvez países como Noruega ou Suécia, Marrocos ou Japão sejam uma oportunidade para abatermos (ainda que residualmente) parte do nosso stock de inveja. Segue-se a promoção. Sugiro vender inveja por tamanhos: inveja do colega de trabalho porque o trabalho foi reconhecido e o dele não (tamanho S), inveja do vizinho porque o outro comprou um carro novo e ele não (tamanho M) ou inveja da mãe do amigo do nosso filho no infantário porque fomos lá ler uma história e ainda fizemos um bolo para os miúdos (tamanho XL). Em nenhum dos casos, a inveja leva em conta o esforço, dedicação e trabalho para atingir cada resultado.

Finalmente, o transporte. É deixar os portugueses que acham que o futuro está lá fora seguirem o seu caminho. Quando perceberem que Portugal não desaparece amanhã e que não se vão “transformar” porque agora andam no metropolitan ou almoçam em Central Park, talvez se sinta, por aqui, os níveis de inveja a baixar. Por pouco que seja…

Escrito de acordo com a antiga ortografia

(texto publicado a 11 de abril de 2013)