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Palavras sem amarras: A busca da felicidade

Pensei em falar-vos sobre os “filmes da minha vida” relacionados com o título da crónica.

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Graça Poças Santos, professora graca.santos@ipleiria.pt

Pensei em falar-vos sobre os “filmes da minha vida” relacionados com o título da crónica. Vou concentrar-­me em apenas dois dos que mais me marcaram em diferentes épocas. Adoro cinema, assim como de uma boa série de televisão.

Pelos 16 anos fui a Lisboa com os meus pais e irmãs para ver “Les uns et les autres”. O filme im­pressionou-me muito porque me obrigou a refletir sobre a vida: a nossa vida e a dos outros. Sejam aqueles com que nos cruzamos ou os de quem temos notícias vindas de outras partes do mundo, que nos parecem tão distantes e cujos acontecimentos aparentemente não nos tocam. Esta obra é uma metáfora da qual nunca mais me esqueci. A cena em que se ouve o Bolero de Ravel ainda hoje me arrepia, de tão intensa que é.

O outro, que vi já com mais experiência de vida, tem o nome de “Shadowlands”. O filme tem uma história simples, baseado em factos reais, mas é de uma sabedoria de vida que me tocou. Não vou contar nada sobre o mesmo para criar expetativa a quem (?) ler esta crónica de o procurar e, quem sabe, o ver em casa numa destas noites de chuva. No entanto, levanto um pouco o véu, para partilhar uma das ideias mais fortes que o mesmo nos transmite: sabermos incorporar bons e maus momentos num todo que faça algum sentido: “The pain now is part of the happiness then. That’s the deal.”

(texto publicado na edição de 6 de fevereiro de 2014)