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Cultura

Porta aberta à arte urbana na nova M Gallery & Studio

Há uma nova galeria em Leiria. Em contraciclo com o sector, M Gallery & Studio surge como mais um traço da associação Riscas Vadias para revelar à cidade novos valores da arte urbana.

Ricardo Romero lança nova galeria, que estreia com trabalhos de Jorge Charrua Foto: Joaquim Dâmaso

Manuel Leiria
Jornalista
manuel.leiria@regiaodeleiria.pt

Há uma nova galeria em Leiria. Em contraciclo com o sector – várias encerraram nos últimos anos – M Gallery & Studio surge como mais um traço da associação Riscas Vadias. As portas do nº31 A da rua Comandante João Belo abriram dia 13 de dezembro para revelar à cidade novos valores da arte urbana.

As pinturas que mudam a paisagem da cidade, nas intervenções de Arte Pública Leiria, ou as oficinas UIVO, que formam novos artistas e público, têm sido a face mais visível da associação. Agora, Riscas Vadias ganha um espaço que liga pontas e faz ponte com a arte que mora há dois anos nas paredes da cidade.

Desta forma, M é consequência da afirmação de Arte Pública Leiria, assume Ricardo Romero, responsável pela galeria e um dos responsáveis da Riscas Vadias. “O objetivo é trazer artistas para poderem estar em Leiria e partilharem as suas experiências”. Mais do que vender arte – “não estamos à espera disso” -, funcionará como plataforma de exibição e, também, como estúdio: quando as portas estão encerradas ao público, será território de criação para as residências artísticas dos convidados ou no trabalho do dia a dia do próprio Ricardo Romero.

De dois em dois meses, um novo artista é chamado a mostrar obra e a pintar uma das paredes da galeria. Ao longo de 2019, haverá seis exposições, seguindo uma linha bem definida:

“Existe um gap em Leiria: a galeria da Arquivo tem um trabalho muito focado na ilustração e o a9)))), aqui ao lado, exibe mais as belas artes e trabalho de alunos da ESAD. Procuramos ser alternativa com a arte urbana”.

Por ali vão passar artistas que fazem parte desse novo movimento (e mercado) em grande expansão. Artistas que “durante muitos anos” trabalharam “uma identidade muito própria”, surgindo “a tela como consequência do trabalho na rua”.

Curiosamente, o percurso do primeiro convidado, Jorge Charrua, é um pouco diferente: estudou artes plásticas e estendeu, depois, a produção própria também à arte urbana. “Representa muito bem essa nova escola de artistas e a estreia da galeria tinha de ser com ele”. “Lone wolf” é o nome da exposição que inaugura o novo espaço.

E porquê M? Ricardo Romero, mentor do Projeto Matilha, diz que não há ligação direta com a sua própria marca. “É sobretudo ‘M’ de mundo. Cabe tudo lá dentro”. Inclusive todos os visitantes curiosos.

É que o efeito de Arte Pública Leiria, que passa a ter uma “casa” na nova galeria, faz com que a expectativa seja alta:

O feedback que temos ao nível da Arte Pública Leiria é excelente. Mais do que ninguém ouvimos as pessoas. Recebemos reações todos os dias”. No novo espaço, além de ver as exposição, será possível, por exemplo, obter o mapa para visitar em Leiria todas as pinturas urbanas criadas nos últimos dois anos.

Estou bastante expectante com o resultado da galeria. O feedback que temos ao nível da Arte Pública Leiria é excelente. Recebemos reações todos os dias”

Jorge Charrua é o primeiro artista convidado da galeria M e coube-lhe pintar a parede que vai mudar de dois dois meses. A exposição inaugural chama-se “Lone wolf” onde as figuras pintadas personificam uma natureza melancólica e uma procura contínua pela humanidade, construída de virtudes e defeitos. 
A nova galeria está instalada na rua Comandante João Belo (no espaço da antiga loja Tora e antiga sede da Preguiça). As portas abrem entre quinta-feira e domingo, das 16 às 20 horas. As inaugurações são sempre às quintas-feiras  
Fotos: Joaquim Dâmaso


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