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Covid-19

Covid-19: Centro Hospitalar de Leiria considera que vídeos negacionistas “colocam em causa trabalho de centenas de profissionais”

Imagens “descontextualizadas” transmitem ideia errada da realidade que serviços do CHL vivem em período de pandemia, diz administração.

A divulgação de vídeos na rede social Facebook, nos últimos dias, sobre a afluência ao hospital de Leiria, mostrando corredores e salas de espera vazios nas urgências do Hospital de Santo André, levou o Centro Hospitalar de Leiria (CHL) a reagir contra o autor das imagens.

Segundo o CHL, os vídeos “têm sido amplamente partilhados e colocam em causa o esforço dos profissionais do CHL e propalam um conjunto de falsidades que os chamados “negacionistas” têm aproveitado para propagar as suas teorias, que colocam em causa o trabalho de centenas de profissionais e, sobretudo, humilham as vítimas e os familiares das vítimas desta terrível pandemia”.

Os vídeos, que alegadamente terão sido filmados nos dias 18 e 23 de janeiro, mostram “zonas do hospital onde aparentemente não está ninguém, concluindo o seu autor, em som editado, que isso demonstra que não há doentes Covid-19 no Hospital e que a sobrelotação deste e de outros hospitais é uma ficção, engendrada por médicos, enfermeiros e políticos, não explicando por que motivo”.

O tema foi alvo de uma reportagem por parte do programa Polígrafo, da SIC, que verificou a situação e considerou tratar-se de uma situação falsa.

Todavia, o autor dos vídeos “reincidiu” com novas publicações e o CHL, em comunicado, refere que o indíviduo foi identificado e que “deu indicações ao seu Gabinete Jurídico para reagir contra o referido cidadão, porque não pode permitir que estas alegações falsas campeiem pelas redes sociais, ofendendo os profissionais de saúde e a memória das vítimas desta terrível pandemia”.

As imagens “aparentemente reais, mas descontextualizadas e enquadradas de forma absolutamente capciosa e incorreta”, dizem respeito a “salas de espera e as salas de admissão, à meia-noite, uma das horas de menor afluência, sendo normal que as salas de espera estejam vazias, pois nesta fase não são permitidos acompanhantes nem visitas”, justifica o CHL.

Esclarece ainda que “o serviço de ADR-SU (Área Dedicada para doentes com suspeita de infeção Respiratória nos Serviços de Urgência) abriu às 8 horas do dia 3 de janeiro de 2021 e até ao dia 25 de janeiro, às 23h59” atendeu 1.849 doentes. “No mesmo período foram atendidos 3.658 utentes no Serviço de Urgência Geral (não COVID); ou seja, uma média diária de 80 doentes na ADR-SU e 159 doentes no SUG; é uma média de 239 doentes por dia, cerca de 10 doentes por hora”, acrescenta em comunicado.

Em entrevista ao REGIÃO DE LEIRIA, Licínio Carvalho, presidente do conselho de administração do CHL, admitiu que há momentos em que os serviços se encontram com baixa procura e outros em que “estão com média procura e outras em que têm picos de procura”. “A nova ADR-SU teve dois ou três picos de procura logo após a abertura, no princípio deste mês, e fez logo esse grande teste. A dificuldade da gestão em Saúde prende-se com a imprevisibilidade da procura. Isto está descrito há muitos anos e é um dos principais dilemas porque nós não conseguimos programar os recursos de forma a perceber que há um pico de procura”, disse ao nosso jornal.

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