Em poucas horas Ana Cristina Ribeiro, de 52 anos, percebeu que estava infetada. “Comecei por sentir um frio anormal, uma ligeira tosse, que inicialmente associei às alergias, e em poucas horas os arrepios tornaram-se violentos, o corpo dorido, muita tosse, dores de cabeça horríveis e muitas naúseas”, lembra.
A ajudante de lar do Centro João Paulo II, em Fátima, terá ficado infetada com Covid-19 no trabalho, em novembro passado, à semelhança de outras colegas de trabalho e utentes, mas “ninguém sabe como começou”.
“Durante oito dias fui vivendo a doença, muito bem acompanhada pelos médicos e enfermeiros, até que ao décimo dia senti sérias dificuldades em respirar e um cansaço extremo. O médico disse-me para recorrer ao hospital e eu não fui, tive medo. Ainda não estávamos a viver o pico da vaga e agora reconheço que devia ter ido”, diz Ana Cristina, da Freixianda.
Sozinha em casa – o filho, que testou negativo, mudou-se para não ter que partilhar o espaço com a mãe – acabou por melhorar com recurso a um antibiótico. “Agarrei-me a essa esperança e a infeção respiratória que tinha melhorou aos poucos”, conta.
Regressou ao trabalho quase um mês depois e sentia-se “imensamente bem”, mas mais tarde percebeu que a Covid-19 tinha deixado mazelas: dores de cabeça, tonturas, crises de vesícula.
“Já tive imensas gripes e achava que era ligeiro. Nada disso, são momentos assustadores. Tive alturas em que pensei que não ia ter forças para reagir. As pessoas que pensam que estão safas, até porque são saudáveis, não estão. Não podemos brincar com este vírus”, reforça.
