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Cultura

Projeto promove residências e instalações sonoras e visuais nas margens da nascente do Lis

“Nascentes” decorre até 28 de maio e no final de cada semana, as peças criadas serão instaladas num ponto diferente das margens do rio, com um QR que dá acesso à música/peça sonora que a activa. Projeto é promovido pela editora leiriense Omnichord Records.

A nascente do Lis e as Fontes, em Cortes, Leiria, vão ser um espaço expositivo de um projeto que desafia artistas do concelho e de fora a criarem instalações sonoras e visuais, que têm como ponto de partida uma conversa com investigadoras.

O projeto “Nascentes”, que arranca no sábado e se estende ao longo de cinco semanas, até 28 de maio, desafia 10 músicos e 10 artistas plásticos/visuais a fazerem cocriações sonoras e visuais, que ficarão expostas no caminho pedonal que liga a localidade das Fontes até à Grota, a nascente do Lis, anunciou a Omnichord Records, responsável pelo projeto.

Organizados em duplas (dois para cada cocriação visual e sonora), o processo criativo arranca a cada sábado, com uma tertúlia em que uma investigadora das ciências sociais reflete sobre um tema.

Até à sexta-feira seguinte, os artistas vão estar em residência artística no Serra – Espaço Cultural, a um minuto das Fontes, onde trabalham numa criação conjunta, e “reinterpretam a riqueza, história e paisagem das margens do rio, propondo novas formas de experimentar e activar o território”, avança a editora leiriense, em comunicado.

No final de cada semana, as peças criadas serão instaladas num ponto diferente das margens do rio, com um QR que dá acesso à música/peça sonora que a activa.

Projeto Nascentes decorre de 24 de abril a 28 de maio

“A Nascente como criação”, “O aparecimento do ser humano”, “O encontro com outros”, “O misticismo, a crença e religião” e “A organização social” são os cinco temas que servem como mote de partida para o processo criativo de cada grupo de artistas.

“As conversas com as investigadoras serão uma partilha de conhecimento que pode ser informal, mas não se define propriamente o rumo, é como a água. Podemos fazer um carreiro, mas o rio ou a ribeira pode encontrar outros cursos ou outros caminhos”, disse à agência Lusa o diretor artístico do projeto, Gui Garrido.

No projeto, participam os artistas visuais Sara & André, Paulo Sellmayer, Miguel Rondon, Lisa Teles, Tiago Baptista, Nuno Gaivoto, Gonçalo Pena, Leonardo Rito e Valter Vinagre.

Pedro Pestana, Vasco Silva, Surma, Hasselberg, Edgar Valente, João Cabrita, Pedro Melo Alves, Labaq, Inês Bernardo e César Cardoso são os músicos responsáveis pelas cocriações sonoras.

“Este projeto já vem de um caminho, que tem a ver com uma série de pessoas que têm o seu espaço no Serra e que estão bastante perto das Fontes e da nascente do Lis”, explicou Gui Garrido.

A iniciativa procura também refletir sobre o conceito de nascente, que “tem os seus desvios, que tem os seus percalços”, notou, salientando que espera que a iniciativa também provoque outros caminhos, num cruzamento entre diferentes artistas, com diferentes sensibilidades, de Leiria e de fora.

A exposição a céu aberto, que vai crescendo ao longo das cinco semanas, não tem para já uma data de término.

“Enquanto a comunidade a abraçar e fizer sentido, ela manter-se-á”, realçou.

O projeto é uma produção da cooperativa Ccer Mais, que gere a editora Omnichord Records.

Além da exposição, o projeto irá também contar com um podcast, com as gravações de todas as tertúlias do ciclo, e a edição de um livro que documenta todas as fases do processo, com textos e fotografias.

Programa

24 a 30 de abril – A Nascente como criação
Investigadora: Anabela Marisa Azul
Local da tertúlia: Fontes (Nascentes do Lis)
Co-criação visual: Sara & André
Co-criação sonora: Pedro Pestana e Vasco Silva

1 a 7 de maio – O aparecimento do ser humano
Investigadora: Susana de Noronha
Local da tertúlia: Serra – Espaço Cultural
Co-criação visual: Paulo Sellmayer e Miguel Rondon 
Co-criação sonora: Surma e Hasselberg

8 a 14 de maio – O encontro com outros
Investigadora: Marcela Uchoa
Local da tertúlia: ETA de São Romão
Co-criação visual: Lisa Teles e Tiago Baptista 
Co-criação sonora: Edgar Valente e João Cabrita

15 a 21 de maio – Omisticismo, a crença e religião
Investigadora: Teresa Toldy
Local da tertúlia: Moinho do Papel
Co-criação visual: Nuno Gaivoto e Gonçalo Pena 
Co-criação sonora: Pedro Melo Alves e Labaq

22 a 28 de maio – A organização social
Investigadora: Sara Araújo
Local da tertúlia: Sede da CCER Mais, CRL
Co-criação visual: Leonardo Rito e Valter Vinagre 
Co-criação sonora: Inês Bernardo e César Cardoso

Com Lusa

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