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Cultura

“Capitães da areia” revela figuras emblemáticas de praias de Leiria Capital Europeia da Cultura

Depois de Maria de Lurdes, vendedora de tremoços de São Pedro de Moel, e de Manuel Quiaios, pescador e empresário da Praia do Pedrógão, conta-se a história de Orlando Faustino, mestre em arte xávega da Praia da Vieira. 

Dez figuras emblemáticas de dez praias do território da candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura 2027 estão a ser reveladas este verão em “Capitães da areia”, projeto do escritor e argumentista André Pereira. 

Depois da vendedora de tremoços de São Pedro de Moel, no concelho da Marinha Grande, e do pescador e empresário da restauração da Praia do Pedrógão, no concelho de Leiria, esta semana conta-se a história de Orlando Faustino, mestre em arte xávega da Praia da Vieira de Leiria. 

“Quero falar de pessoas que se confundem com a própria praia”, explica à agência Lusa André Pereira, frisando que estas são “pessoas anónimas” e não “figuras públicas que toda a gente conhece”. 

A partir destas conversas, reveladas em fotografia e texto nas redes sociais da Rede Cultura 2027 – que prepara a candidatura de Leiria -, a cada quarta-feira fica a conhecer-se um pouco mais sobre as praias e sobre quem quase se confunde com elas:

“É quase como perguntar a uma paisagem o que ela está ali a fazer”, acrescenta. 

Depois de São Pedro de Moel e do Pedrógão, esta semana segue-se a Praia da Vieira. “Capitães da areia” prossegue verão fora pelas praias de São Martinho do Porto (Alcobaça), Osso da Baleia (Pombal), Foz do Arelho e Lagoa de Óbidos (Caldas da Rainha), Nazaré, Areia Branca (Lourinhã), Praia do Baleal (Peniche) e Praia de Santa Cruz (Torres Vedras).

Algumas figuras, como Maria de Lurdes, que vende tremoços, pevides e amendoins em São Pedro de Moel desde 1975, ou uma ‘chambrista’ famosa da Nazaré, André Pereira, que já conhecia. Noutros casos, está a descobrir personagens que se confundem com a identidade de cada praia.

“Até agora o que tenho encontrado é muita persistência dessas pessoas. São pessoas mais velhas, todas acima dos 60, 70 anos. São histórias de vida, da escola, de idas à tropa, ao Ultramar, trabalhos muito difíceis de ligação ao mar e à praia em si”, conta. 

Com “Capitães da areia”, André Pereira espera ajudar quem frequenta estas praias atlânticas a conhecê-las um pouco melhor: “Gosto quando vou a algum sítio e conheço esse sítio. Estas pessoas já estão ali há tantos anos, passamos por elas, cumprimentamo-las, fazem parte daquele ritual todo… Conhecendo aquelas pessoas, conhece-se melhor aquele lugar. É uma forma diferente de ver as coisas”. Dito de outro modo, “é ver como falam aquelas paisagens”. 

Para o coordenador da Rede Cultura 2027, Paulo Lameiro, “Capitães da areia” revela praias muito distintas entre si, “quer pela sua geografia e flora locais, quer pelas tradições e práticas socioculturais, quer pelas diferentes culturas de trabalho e economia em redor do mar”.

No final, em meados de setembro, quando André Pereira concluir a viagem pelas dez praias da “longa e rica costa” da Rede Cultura 2027, será possível, frisa Paulo Lameiro, perceber melhor “uma grande característica do território” da candidatura de Leiria: “a força das pessoas anónimas”. 

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