Um filho, no tempo presente, escreve uma carta ao pai em 1972. É esta a premissa de “Cartas da guerra”, a peça que a Casa da Esquina leva esta quarta-feira, 30 de abril (21h30, 3 euros, M12), ao Teatro Stephens, na Marinha Grande.
Em palco, uma odisseia sobre a Guerra Colonial Portuguesa, num diálogo com cinquenta anos de atraso: um filho procura o seu pai com os seus 20 anos.
Apoiado na mobilização do seu pai na Guiné-Bissau entre 72 e 74, bem como na investigação de Joana Pontes sobre 13 anos de correspondência entre militares mobilizados para a Guerra Colonial e seus familiares que ficaram em Portugal, e uma ampla bibliografia temática, esta investigação de Ricardo Correia sobre a correspondência da Guerra trocada à época revela o que ficou nas entrelinhas e escapou à censura do regime fascista português – as lacunas, subjetividades e silêncios de uma Guerra que ainda hoje continua guardada dentro de cada um.
“Cartas da Guerra” tem texto, encenação, espaço cénico e vídeo de Ricardo Correia, que também interpreta, com Cláudia Carvalho, Fábio Saraiva, Luís Pedro Madeira e Matilde Fachada.