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(Des)arrumar ideias: STOP: Parar, Escutar, Olhar

Quanto mais me embrenho nestes ensaios, e vou conhecendo outras realidades tão distintas e ao mesmo tempo tão próximas, mais olho Leiria com preocupação.

Patrícia Martins, animadora Cultural	patriciafrmartins@gmail.com Nos últimos meses tenho ocupado os meus tempos livres a estudar as cidades, as suas dinâmicas, a importância da criatividade e o seu impacto na qualidade de vida e desenvolvimento sustentável, sendo tanto melhor sucedidas no cenário competitivo global as que investem nas dinâmicas criativas e principalmente nas pessoas.

Quanto mais me embrenho nestes ensaios, e vou conhecendo outras realidades tão distintas e ao mesmo tempo tão próximas,  mais olho Leiria com preocupação.

Vejo inversamente o que acontece em Coimbra, Óbidos ou Caldas da Rainha, um êxodo gritante do centro histórico, uma cidade despida de pessoas sejam habitantes locais, trabalhadores, ou indivíduos en passant. Vejo uma Leiria, seja nas horas de maior movimento, seja ao fim de semana, vazia de vida e de gentes, mesmo nesta época estival em que a vontade de sair à rua para socializar nas esplanadas, o fluxo de turistas ou os eventos ao ar livre  aparentam fazer fervilhar os locais. Vejo quem não sente a cidade como sua, ou eventos que se atropelam  sem criar laços nem interação com os seus públicos, despidos de sentido ou de traçado a seguir.

Talvez tenha chegado a altura de fazer STOP: Parar, Escutar, Olhar (a cidade), como alavanca para a lucidez  de uma nova estratégia que repense objetivos  e devolva às gentes a alma e a vida do coração das cidades! Sob pena de ficarmos parados no tempo…

(texto publicado na edição de 17 de agosto de 2012)