Diz-se por aí amiúde “é a morte do artista” e nos dias de hoje a expressão ganha contornos cada vez mais realistas. Os cortes no apoio à cultura, às artes, produção artística e programação, não só a nível material bem como no reconhecimento, fazem temer pela sua continuidade e qualidade.
Dos anos 90 em diante investiu-se na criação e melhoria de equipamentos culturais por todo o país, como forma de democratizar e descentralizar a oferta cultural dos grandes polos Lisboa e Porto. Estes equipamentos renovados, que na teoria serviriam a comunidade proporcionando-lhe uma oferta eclética, rapidamente se tornaram espaços pouco dinâmicos devido a constrangimentos económicos, ausência de programadores e pessoal qualificado. Alguns municípios souberam contornar a situação, estabelecendo parcerias com movimento associativo e artistas locais, numa simbiose onde todos, mas em particular a comunidade, saíam a ganhar. Hoje o cenário mudou e são as SPA, os alugueres de espaço e as partilhas de bilheteira que obrigam associações e artistas a pagar para criar e tornar o mundo real num espaço mais belo e apetecível.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>Conseguem imaginar o nosso dia sem qualquer expressão artística? Para além da “morte do artista” será a ausência do sorriso, pensamento crítico e da democracia. Quando o que importa são números quem perde somos todos nós!
(texto publicado a 9 de novembro de 2012)