Por um pouco de ternura…”, cantava Jacques Brel.
“Aquilo de que cada ser humano mais fome tem, (e para o qual menos alimento encontra) é a ternura”, escreveu Françoise Sagan.
Não há dúvida que a ternura é um estado de alma que nos transmite uma tranquilidade sem limites. Acho que devíamos investir na ternura não só porque ela pode tornar a vida mais leve neste pesado cinzentismo em que nos encontramos, mas também porque quem é terno atrai ternura. Os fabricantes de armas podiam fabricar armas de ternura. A publicidade podia usar a ternura como fator principal.
Recuso-me a carregar um deficit de afeto, carinho e ternura, responsável, ao que parece, por grande parte de doenças que por vezes insistimos, em vão, tratar com remédios.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>Conta-me o meu médico que uma doente lhe entrou um dia pelo consultório e disse com lágrimas nos olhos: – É de um olhar que preciso, doutor.
Poucas são, no entanto, as pessoas capazes de desencadear afetos. Nem acho que as pessoas bonitas sejam mais facilmente gostáveis do que as que o não são, porque a ternura está no olhar, no falar, no abraçar e até no criticar.
A nossa cultura não favorece as carícias, mas nós podemos fazer por isso. Eu dispenso o formal e distante aperto de mão por um beijinho e acreditem que se pudesse, havia de inscrever a ternura na nossa Constituição.
(texto publicado a 7 de fevereiro de 2013)