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Ideia verosímil: Novas audiências

Pontos de share representam milhões em receitas publicitárias e muitos têm sido os que já comentaram o novo modelo de medição de audiências dos canais de televisão.

Rui Melo Biscaia, diretor de marketing e comunicação r.biscaia@gmail.com

Pontos de share representam milhões em receitas publicitárias e muitos têm sido os que já comentaram o novo modelo de medição de audiências dos canais de televisão. Alinhando pelo mesmo diapasão de outros, confesso estranheza pelas disparidades registadas entre os resultados obtidos com os dois modelos.

À luz do modelo agora em vigor, a RTP perde valor ao mesmo tempo que SIC e TVI permanecem no mesmo patamar dos registos anteriores. No primeiro dia de medição, por exemplo, a GFK atribuiu um share de 14,1% à RTP, 21,2% à SIC e 22,4% à TVI, enquanto o Cabo registou um share de audiência de 27,3%. A Marktest que, para efeitos comparativos mantém os seus audímetros ligados, atribuiu 20,4% à RTP, 20,6% à SIC e 23,3% à TVI, e ao cabo 31,8%.

À tecnologia em causa deu-se o nome de “audio-matching”, que recorre ao método de amostragem de som para a deteção dos canais. Em suma, a identificação dos canais é efetuada pela comparação de amostras de áudio, recolhidas pelo audímetro com as amostras gravadas e armazenadas.

A RTP já se disse “desconfortável”, dada a perda de valor que estes indicadores trazem para a estação pública – em receita publicitária e, consequentemente, no valor da empresa. Para mais numa altura em que se fala de privatização. “No Creo en brujas, pero que las hay, las hay”.

(texto publicado na edição em papel de 16 de março de 2012)