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No País da troikada: Agosto… triste agosto

Ninguém devia ser obrigado a escrever crónicas em agosto.

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João Paulo Marques, professor do Ensino Superior Politécnico joao.paulo@regiaodeleiria.pt

Ninguém devia ser obrigado a escrever crónicas em agosto. Por mais que me esforce, não há nada para comentar no país da troikada. Até a troika deixou escapar uma avaliação, adiando-a para setembro. Sabe-se lá porquê. Claro que vão haver eleições em setembro na Alemanha mas… terá alguma coisa a ver? Por cá, agosto é um mês para dar uns passeios. Mas este ano a coisa foi infernal. Não terriola deste país que não esteja em obras. Ainda falam em crise. Claro que vão haver eleições autárquicas em setembro mas… terá alguma coisa a ver? O governo teve mais uma baixa. O nosso primeiro continua em férias. Afinal, trata-se só de um Secretário de Estado. Ainda por cima do Ministério das Finanças, aquele que vai contando os cêntimos – e esperemos que não tenha de começar a contar tostões. Claro que sabemos que o governo está a prazo e até há data de eleições antecipadas, anunciadas a partir de junho ou julho de 2014… terá alguma coisa a ver?

Com tanta eleição à porta, tenhamos esperança que a crise se desvaneça. É uma tradição que se deve manter: banir as crises em períodos pré-eleitorais. As da Europa, as do governo e as das autarquias. A bem da nação.

E o défice…? Que vá a banhos, que é o que se lhe pede que faça em agosto.

(texto publicado na edição de 14 de agosto de 2013)