Assinar

No País da troikada: Esqueça os coelhos!

Se me pedissem um conselho para esta Páscoa diria: esqueça os coelhos!

João Paulo Marques, professor do Ensino Superior Politécnico joao.paulo@regiaodeleiria.pt

Se me pedissem um conselho para esta Páscoa diria: esqueça os coelhos!

A Páscoa é marcada por dois tipos de bicharada: a galinha e o coelho. A galinha porque é quem põe os ovos – vamos esquecer aqui a polémica sobre quem apareceu primeiro – e os ovos da Páscoa são essenciais para celebrar a quadra; o coelho… bem, confesso que não sei porque é que a Páscoa tem um coelho. À partida seria tentado a dizer que é por ser um bicho fofinho, que se enquadra no espírito da época. Podia ser. Mas as chatices começam logo aí. Pelos vistos, a tradição do coelho da Páscoa tem origem alemã, e como não sabemos se é de origem “merkeliana”, recomenda a cautela que se fique de pé atrás; depois, porque o coelho simboliza a fertilidade, ou a capacidade de reprodução que é onde se liga ao fenómeno religioso da ressurreição (o renascer).

Passando à realidade, sabemos que há por cá um coelho que, fazendo jus à raça, tem como desporto favorito “troikarnos” sempre que pode. O que é, no mínimo, um bocado abusivo por parte do bicho, isto para não nos debruçarmos sobre a perspetiva moral da coisa. Claro que sabemos que, mais cedo ou mais tarde, acabará na caçarola, guisadinho com feijão branco. Mas até lá corremos o risco dele dar cabo de nós.

Assim, creio que o melhor, mesmo, é ignorar o bicho. Portanto, uma Páscoa muito feliz, com uns ovos de chocolate a acompanhar e… esqueça os coelhos.

(texto publicado a 28 de março de 2013)