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Play it, Sam: Escolhas

Muitos dirão que faltam aqui filmes. Admitiria que sim, se não fosse uma lista subjectiva e que reflecte apenas os filmes que vi e que me deram algo em que pensar ou que sentir.

João Melo Alvim, advogado jmalvim@gmail.com

Uma lista dos melhores do ano é algo de perigoso. Há anos, escrevia eu para “A Cabra – Jornal Universitário de Coimbra”, e era suposto fazer o balanço dos piores filmes do ano. Devido a um mal-entendido com quem fazia a paginação, o texto saiu como tratando dos melhores do ano. As minhas escolhas eram obras-primas de fina craveira como “Tornado”, “Evita” ou o “Anaconda”.

Histórias à parte, fico sempre de pé atrás quando tenho de resumir numa lista o que foi bom nesse ano. Não é, obviamente, por medo que o incidente se repita, é mesmo pela imensa subjectividade e, porque, muitas vezes, o tempo disponível não se coaduna com o timing destas listas.

No entanto, dos filmes que vi em 2011 (e que seja este o critério), resolvi destacar cinco: “Rede Social”, de David Fincher, que continuo a achar um majestoso exemplo de criação, já que de um conflito de egos aparentemente pouco interessante sai um magnífico thriller psicológico; “Despojos de Inverno”, de Debra Granik, ou mais uma portentosa reflexão sobre a família e a sociedade num cenário white trash; “Meia Noite em Paris”, de Woody Allen, a comédia com substrato do ano; “Amor, Estúpido e Louco” de Glenn Ficarra e John Requa, a comédia romântica do ano; e “Super 8”, de J.J. Abram, o filme que mais nostálgico me fez ficar nos últimos tempos.

Muitos dirão que faltam aqui filmes. Admitiria que sim, se não fosse uma lista subjectiva e que reflecte apenas os filmes que vi e que me deram algo em que pensar ou que sentir. Filmes que me provam que o cinema não tem que imitar a vida, mas apenas fazer parte dela. Boas entradas e que 2012 seja o melhor possível!

(texto publicado na edição em papel de 30 de Dezembro de 2011)