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Play it, Sam: A propósito de Óscares

Conheceram-se esta semana os nomeados para os Óscares. É ainda muito cedo para tecer considerações ou fazer qualquer tipo de prognósticos, uma vez que muitos dos filmes ainda não chegaram a Portugal. Esclareço, desde já, que para mim estes prémios valem o que valem.

João M. Alvim, advogado jmalvim@gmail.com

Conheceram-se esta semana os nomeados para os Óscares. É ainda muito cedo para tecer considerações ou fazer qualquer tipo de prognósticos, uma vez que muitos dos filmes ainda não chegaram a Portugal. Esclareço, desde já, que para mim estes prémios valem o que valem.

Quando discutimos os Óscares estamos a discutir uma visão parcial, acima de tudo assente em critérios quantitativos que, muitas vezes, afetam a lógica de qualidade. Não que não se tente premiar a qualidade, mas quantas vezes o Melhor Filme foi aquele que efetivamente marcou um ano? Pense-se em filmes como “A Paixão de Shakespeare” ou “O Discurso do Rei”, obras com alguma densidade, mas sem a substância de filmes derrotados nesses anos como “A Barreira Invisível” ou “A Rede Social”. Seja como for, a 7ª Arte também vive de místicas e a dos Óscares é incontornável, para o melhor e para o pior. Para mim justificam maratonas cinéfilas. E mesmo que fique sempre a dúvida se aquela seria a nossa escolha ou se estão lá os filmes que mereciam estar, o facto é que permitem muita discussão e muita descoberta. Ou seja, não são um fim em si mesmo, mas um excelente pretexto para ver e falar cinema. A mim, basta-me.

PS: A proposta de lei 118/XII, sobre o Regime da Cópia Privada não é mais do que pura extorsão a quem queira adquirir um equipamento como uma fotocopiadora, uma impressora ou um disco multimédia. Tem como objetivo, por exemplo, financiar quem nem sequer representa a maioria das alegadas vítimas de pirataria e provocará, se aprovada, a deslocalização das compras de lojas para o estrangeiro (e depois falem da Jerónimo Martins…). Mais uma vez, o legislador português demonstra a sua apetência por entreter-se com remendos em vez de se preocupar com questões sérias.