Assinar

Play it, Sam: Prognósticos só depois do jogo

Domingo de madrugada são entregues os Óscares. Valem o que valem, já aqui o escrevi, mas para todos os efeitos são uma referência em termos cinéfilos.

João Melo Alvim, advogado jmalvim@gmail.com

Domingo de madrugada são entregues os Óscares. Valem o que valem, já aqui o escrevi, mas para todos os efeitos são uma referência em termos cinéfilos.

De há uns anos a esta parte tento ver o máximo de nomeados possível, mas é raro os meus gostos coincidirem com os prémios. Seja como for, deixo aqui a minha lista de escolhas pessoais (não a lista de apostas), em função das qualidades que reconheci nos filmes nomeados, nas principais categorias, onde vi a esmagadora maioria dos nomeados. Nos argumentos, o adaptado para “A Toupeira” e no original “Meia-Noite em Paris”.
Para Banda Sonora gostei muito do trabalho de Howard Shore em “Hugo. Já na Direção Artística, escolheria “O Artista” e na Maquilhagem o surpreendente “Albert Nobbs”. Na Fotografia, “A Árvore da Vida” é incontornável, mesmo que o filme seja tudo menos consensual. Nas categorias de interpretação, Octavia Spencer (“As Serviçais”) e Max von Sydow (“Extremamente Alto, Incrivelmente Perto”) seriam os meus secundários. Nos principais, Jean Dujardin (“O Artista”) e Glenn Close (“Albert Nobbs”). Para quem acha que Streep é notável, e é, Close bate tudo.

Para realizador, escolheria Scorsese (“Hugo”) em detrimento de Hazanavicius, já que Malick foi longo demais e nem Allen nem Payne fizeram uma obra-prima, apesar dos excelentes filmes. A “consolação” para Hazanavicius era o reconhecimento de que “O Artista” seria Melhor Filme. Porquê? Porque “O Artista” é uma obra-prima, mas “Hugo” é um primor em termos de realização. Gostos, repito. Provavelmente longe daquilo que serão os galardoados.
Mas eu, nem membro da Academia sou, quanto mais crítico. Sou um mero apaixonado pelo cinema que, este ano, teve o privilégio de assistir a uma colheita de eleição.

(texto publicado na edição em papel de 24 de fevereiro de 2012)