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Covid-19

Covid-19: Leiria é a quarta região mais vulnerável na atual crise económica

As atividades mais internacionalizadas, das viagens e turismo às exportações inseridas nas cadeias globais de produção mais desestabilizadas, são as mais atingidas

A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, que agrupa dez concelhos, está na quarta posição das regiões do país que “apresentarem indícios de maior vulnerabilidade” no contexto da crise socioeconómica associada à pandemia de Covid-19.

Segundo um estudo da consultora EY Portugal, com supervisão e direção técnica do ex-ministro da economia Augusto Mateus, há uma “incidência conjugada dos reflexos mais fortes da crise socioeconómica (desemprego e lay-off) nalgumas regiões litorais, como seja o Algarve, Alentejo Litoral, Ave ou a Região de Leiria”.

“A maior exposição à crise socioeconómica da Covid-19 encontra-se em territórios do litoral, com o Algarve, Ave, as regiões de Aveiro e Leiria, e Tâmega e Sousa, a apresentarem indícios de maior vulnerabilidade – só a partir do 16º lugar se posiciona uma região interior, na sua aceção geográfica”, explica o documento, intitulado “Caderno de Notas: A crise económica da Covid-19 – Factos e perspetivas, desafios e respostas”.

A Região de Leiria (considerados os concelhos de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós) apresenta um índice de vulnerabilidade de 5.6, apenas atrás de Algarve (8), Ave e Região de Aveiro.

A variação homóloga do desemprego em março (13%), a percentagem de entidades em lay-off (8%) e a percentagem de emprego nos sectores mais afetados pela crise (69%), foram decisivas no apuramento da posição da Região de Leiria, segundo o documento da EY Portugal, datado de 8 de maio.

No caso da Região Oeste (Alcobaça, Bombarral, Caldas da Rainha, Nazaré, Óbidos e Peniche e outros seis concelhos do distrito de Lisboa), o estudo coloca-a na 9ª posição (4.8). A variação homóloga do desemprego em março foi de 12%, a percentagem de entidades em lay-off atingiu os 6% e a percentagem de emprego nos sectores mais afetados pela crise é de 68%.

As análises incluídas no estudo revelam “com bastante clareza que as atividades mais internacionalizadas, das viagens e turismo às exportações inseridas nas cadeias globais de produção mais desestabilizadas, que as duas áreas metropolitanas e as respetivas áreas de difusão industrial e logística, e os consumos mais distintivos e sofisticados, foram os mais intensamente atingidos pelos efeitos da crise económica”.

Os autores do estudo consideram que “estamos não só perante a maior depressão económica de sempre, como, também, perante uma disrupção económica e social com uma duração relativamente longa e perspetivas de plena recuperação ainda mais longas”.

Na perspetiva de Augusto Mateus, “o processo de desconfinamento, agora iniciado, coloca duas questões centrais de formulação de respostas eficazes no combate de uma crise económica ainda em agravamento e generalização: as assimetrias na manifestação dos impactos negativos que já se fazem sentir como resultado da crise da Covid-19 e a exigência e complexidade das respostas que essas mesmas assimetrias impõem, ao nível macroeconómico, bem como setorial e regional”.

O “Caderno de Notas: A crise económica da Covid-19 – Factos e perspetivas, desafios e respostas” foi elaborado pela EY Portugal [Ernst & Young Global Limited], através da sua equipa de estratégia EY-Parthenon e sob a supervisão e direção técnica de Augusto Mateus e Paulo Madruga.

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