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Leiria

Associação InPulsar vai apoiar 20 jovens refugiados não acompanhados

A Confraria Nossa Senhora da Nazaré também viu aprovada uma candidatura para promover a integração e autonomia de jovens refugiados

A associação InPulsar, em Leiria, vai apoiar até 20 jovens refugiados não acompanhados na sua integração e autonomia, através de uma intervenção supervisionada, no âmbito do projeto “Aqui Mundos”.

O projeto nasceu de uma candidatura ao Fundo para o Asilo, a Migração e a Integração (FAMI) do Alto Comissariado para as Migrações, depois de a InPulsar ter sido desafiada pela Segurança Social a dar respostas a estes migrantes, na sua maioria naturais do Afeganistão, Bangladesh, Egito, Gana, Iraque, Paquistão e Sudão´, explicou à Lusa Carolina Cravo, coordenadora do “Aqui Mundos”, um dos oito projetos nacionais aprovados e financiados no âmbito deste programa.

Carolina Cravo adiantou que o principal objetivo é promover a integração e autonomia de vida de jovens estrangeiros não acompanhados (JENA), que entraram no espaço europeu sem família, através de uma “intervenção profunda de acompanhamento e supervisão”.

“Pretendemos ser a rede de suporte e de apoio para que o plano de vida destes jovens seja bem sucedido e que passe por Portugal. Vamos proporcionar condições de segurança, que possibilite o seu desenvolvimento e a sua autodeterminação. Será uma autonomia supervisionada”, explicou.

Segundo a técnica, quando estes jovens chegam a Portugal ficam temporariamente em centros de acolhimento especializados, onde “integram novas rotinas e regras e começam a ser familiarizados com a cultura portuguesa”.

“É feito um trabalho mais de estabilização e de securitização dos jovens, que chegam de um ambiente de grande privação, algo desestruturado, com pouca individualidade. É nestes centros que começam a ser trabalhadas as suas competências pessoais”, acrescentou.

Quando estes jovens têm capacidade para “tomar decisões e manter uma vida mais ou menos independente”, o tribunal concede-lhes a sua autonomia acompanhada, sendo-lhes disponibilizada uma verba que terão de gerir no seu dia a dia.

É nesta fase que o “Aqui Mundos” intervém. “No início fazemos visitas muito regulares, no sentido de perceber se a casa está arrumada, como estão as refeições, como ocupam o dia e vamos ajudando na resolução dos problemas do dia a dia. Todas as coisas que uma família faz com os seus menores, somos nós que fazemos no terreno”, revelou Catarina Cravo.

A InPulsar cria com os jovens um plano de intervenção individual, que serve como “documento orientador para cada jovem”, mas que pode ser “renovado e adaptado mediante os gostos e motivações”.

Não pretendemos criar raízes. Pretendemos que eles voem, mas que voem seguramente. Vamos estar sempre disponíveis, mas este é um projeto de autonomia supervisionada e o nosso objetivo é que eles se tornem jovens autónomos, integrados na sociedade portuguesa, com competências ao nível da língua, de modo a que as nossas visitas sejam cada vez menos necessárias”.

Carolina Cravo, coordenadora do projeto “Aqui Mundos”

Carolina Cravo afirmou que a equipa de três técnicos do “Aqui Mundos” “foi muito bem recebida” pelos jovens. “Com muita serenidade e gratidão. São jovens que têm um percurso de vida que não é comparável aos que habitualmente acompanhamos. Vêm de contextos de guerra, habituados a fazer grandes travessias desacompanhados. Não quer dizer que não tenham família, simplesmente a família não veio com eles”, informou.

A coordenadora afirmou ainda que “Portugal assinou um protocolo com o governo grego e comprometeu-se a acolher 500 jovens sem família dos milhares que se encontram nos campos de refugiados na Grécia”.

“Todos eles quando chegam a Portugal são integrados numa escola, mediante a sua faixa etária. Esta medida de autonomia supervisionada pressupõe que eles façam um percurso formativo, no ensino profissional ou regular, ou que façam estágios curriculares no sentido de adquirem competências para um futuro trabalho”, adiantou.

Para desenvolver este projeto, orçado em 138.421,92 euros (investimento elegível), a InPulsar vai ser contemplada com um financiamento de 103.816,44 euros.

Ainda no âmbito do FAMI, foi contemplada uma segunda candidatura no distrito, apresentada pela Confraria Nossa Senhora da Nazaré e que também se traduz na promoção de autonomia supervisionada de jovens estrangeiros não acompanhados, com vista à sua integração e autonomia plena.

O projeto tem como objetivo promover a “participação dos jovens em atividades de formação, culturais, desportivas e de lazer, potenciando o estabelecimento de relações positivas com os vizinhos, a escola, o contexto laboral e a comunidade em geral.

Com um investimento elegível estimado de 78.467,52 euros, mereceu uma comparticipação do fundo de 58.850,64 euros.

Com redação

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