O presidente da Câmara de Leiria mantém igual a posição quanto à abertura da Base de Monte Real ao tráfego civil, reiterando que uma solução a norte do Tejo para o futuro aeroporto do país é mais benéfica para a região.
“Relativamente a Monte Real, a nossa posição em defesa da abertura à aviação civil mantém-se. Consideramos, inclusivamente, que o anúncio do projeto de alta velocidade, que contempla Leiria com uma paragem, reforça esta nossa posição, dado que Leiria ficará a apenas 40 minutos de Lisboa”, afirmou à agência Lusa, Gonçalo Lopes.
Para o autarca socialista, também presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL), “perante este novo contexto, Monte Real poderá dar um contributo para a resolução do estrangulamento que Portugal regista neste momento no que diz respeito à capacidade aeroportuária”.
O Governo aprovou, em setembro, em Conselho de Ministros, uma resolução que determina a avaliação ambiental estratégica do novo aeroporto de Lisboa e criou a comissão técnica para estudar cinco soluções.
Em causa, está a solução em que o aeroporto Humberto Delgado fica como aeroporto principal e Montijo como complementar, uma segunda em que o Montijo adquire progressivamente o estatuto de principal e Humberto Delgado de complementar, uma terceira em que Alcochete substitui integralmente o aeroporto Humberto Delgado, uma quarta em que será este aeroporto o principal e Santarém o complementar e uma quinta em que Santarém substitui integralmente Humberto Delgado.
Ainda nesse mês, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, declarou que a comissão técnica pode estudar qualquer localização, incluindo a Ota.
Na semana passada, o projeto para instalar um novo aeroporto em Santarém, de iniciativa privada, foi apresentado aos autarcas da CIMRL.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>“A CIMRL foi convidada para uma sessão de apresentação do projeto, que aceitámos com todo o interesse, mas não foi assumida ainda posição sobre esta solução”, adiantou Gonçalo Lopes, admitindo que “a localização proposta será sempre mais benéfica do que uma localização a sul do rio Tejo, tornando esta região mais competitiva e mais atrativa, seja do ponto de vista económico ou turístico”.
A 1 de julho, depois de o primeiro-ministro, o socialista António Costa, ter determinado a revogação do despacho que apontava os concelhos do Montijo e Alcochete como localizações para a nova solução aeroportuária da região de Lisboa, o presidente da CIMRL pediu ao Governo para equacionar as localizações da Ota e Alverca para a nova infraestrutura aeroportuária do país.
“Se queremos ser práticos, rápidos e, sobretudo, a pensar na sustentabilidade económica da infraestrutura, uma vez que grande parte dos utilizadores do Aeroporto Internacional de Lisboa são da margem norte do Tejo e não seria necessário construir uma ponte, nem uma linha de TGV [comboio de alta velocidade] com tanta urgência ou por esse motivo, faz todo o sentido – tendo em conta a crise que estamos a viver, mas, por outro lado, a importância que o turismo tem para a nossa economia – que se equacione a solução de Alverca e da Ota”, declarou, na ocasião.
Questionado então se na eventualidade de serem equacionadas as localizações da Ota e Alverca a abertura ao tráfego civil da Base Aérea de Monte Real, como tem pugnado a Câmara, perde força, Gonçalo Lopes contrapôs que “são coisas totalmente diferentes”, estabelecendo um paralelismo entre campos de futebol para a Liga dos Campeões e para a III divisão nacional.
“Esta infraestrutura [futuro aeroporto], temos de a pensar para servir o país e não um determinado tipo de região”, realçou, acrescentando que os aeroportos regionais são “estruturas pequenas, de baixa operação, para servir ‘charters’”.
A CIMRL integra os municípios de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós.