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Escrevivendo: Tão longe e tão perto

A minha relação com este jornal conta mais de quatro décadas (!), desde que ele me era a voz da saudade, nas inóspitas matas do leste da Guiné.

Antonio-gordo
António Gordo, professor (ap.) antoniogordo@gmail.com

A minha relação com este jornal conta mais de quatro décadas (!), desde que ele me era a voz da saudade, nas inóspitas matas do leste da Guiné. Chegava-me em maços de 3 ou 4 números, à mistura com cartas da namorada, quando havia helicóptero ou coluna de abastecimento. Hoje, com telemóveis e internet, custa imaginar que fosse essa escrita com semanas de atraso a única ligação à terra e aos familiares. Até a publicidade, sobretudo a do Natal, me sabia a mensagem de afetos. O Região de Leiria foi também, durante dois anos, o único jornal de muitos camaradas meus, que nele sentiam mais próximas a terra e a família.

Esta experiência, tão distante e tão viva, explica a fidelidade como leitor deste semanário e alguma presença, muito circunstancial, nas suas páginas. Explica também que, apesar do meu natural desconforto em pisar estes palcos, tenha aceitado com gosto aparecer por aqui.

Assim, nos próximos meses, os textos da minha opinião, neste espaço, terão como único denominador comum o que o título genérico (Escrevivendo) sugere: a conjugação circunstancial dos verbos ver, viver e escrever, a propósito de uma ideia, problema ou evento com interesse.

Hoje ficou o flash das cumplicidades.

Bom Ano!

(texto publicado na edição de 2 de janeiro de 2014)