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Leva se quiseres: A precária liberdade de existir

Parece-me que todos desejamos saber quem somos.

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Tiago Granja Carvalho, bancário tiagogranja2000@gmail.com

Parece-me que todos desejamos saber quem somos.

Talvez seja por isso que existe o mercado das drogas e psicanalistas que nos retiram artificialmente este “insuportável” desejo transformando-nos em robots.

De forma análoga as religiões; os clubes desportivos; os partidos políticos e outros grupos sociais agrupam-nos em rebanhos e marcam-nos na pele uma identidade que nos anestesia. Mas que tal aceitar verdadeiramente o desafio de existir sem “mééés” e sem “chips”? Experimentar, por exemplo, o método da aceitação e observação de nós mesmos sem julgamentos ou preconceitos. Olhar simplesmente para dentro. Eu já experimentei.

Apercebi-me que a minha atitude perante o mundo (aquilo que sinto) nem sempre está em harmonia com o meu comportamento (aquilo que faço). E quanto mais me envolvo nesta aventura mais nítida fica a distância entre comportamento e atitude. E mais evidente se torna que é com o encurtar dessa mesma distância que mais perto estarei de mim e dos outros. Sei que muitos de nós intuem isto. Uns reconhecem a responsabilidade deste desafio. Outros têm medo, e fogem com o álibi de só terem tempo para serem ovelhas/robots. Qualquer caminho é autêntico e válido. Mas a questão que fica é: a quem convém cada uma das opções?

(texto publicado na edição de 22 de agosto de 2013)