Não raras vezes escutamos que “Natal é quando um homem quiser”. Quando escuto esta frase, sei que, em princípio, se trata de relativizar o calendário, e querer afirmar que não é apenas no dia Natal que devemos olhar para os outros que precisam de nós.
Mas o facto é que, para além dessa boa intenção, que não ponho em causa, na frase vai igualmente uma realidade enganadora: parece que é o homem quem faz o Natal. E que, por isso, cada um o celebra como muito bem entende: se uns vão à Missa, outros podem, muito bem, fazer um gesto de solidariedade, outros viver o dia em família e outros ainda ir para os bares passar uns bons momentos.
Só que Natal não é quando o homem quer. Nem é uma época de festas, de luzes, de boas intenções e atitudes de solidariedade, ou um momento familiar mais intenso e feliz. Ou, se o é, é porque a celebração do nascimento de Deus em carne humana não pode deixar de se mostrar em toda essa alegria exterior. Natal é Deus que arrisca nascer homem, na pobreza do Presépio, para que o homem, deixando-se encontrar por Ele, possa receber a Sua vida.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>Natal é quando Deus vem ao encontro de cada ser humano, no concreto da sua existência. Acolhê-Lo, depende certamente do homem. Mas não podemos deixar de reconhecer que tudo depende, essencialmente, de Deus.
(texto publicado na edição de 23 de dezembro de 2014)