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Pedaços de nós: Mudança: é preciso arriscar

Há já vários anos que faço voluntariado e este tem sido um processo de grande aprendizagem e crescimento pessoal.

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Susana S. Ferreira, voluntária da AMIGrante e investigadora na área das migrações e segurança srsferreira@gmail.com

Mudança. Esta é uma palavra que muitas vezes nos assusta porque traz com ela o desconhecido. É um risco que tomamos e cujo futuro, apesar de muitas vezes pesados os prós e contras, é incerto. É preciso arriscar para mudar. Podem ser apenas pequenos passos, mas estes podem fazer toda a diferença nas nossas vidas.

Nas palavras de Mandela, “tudo parece impossível até que seja feito”. Para Madiba nunca houve impossíveis. As suas ações são testemunho de coragem, de humanismo e respeito pelo Outro. Mais do que recordar o homem, devemos aprender com os seus atos.

Mudança é um ato dinâmico, que parte do desejo de transformação. Todos nós com pequenos gestos podemos mudar o nosso mundo e/ou o dos outros. E podemos fazê-lo das mais diversas formas. Uma das formas para contribuirmos para a mudança é através do voluntariado. Voluntariado é dar-se ao Outro e contribuir com as nossas competências para o desenvolvimento da sociedade que nos rodeia. Às vezes não é preciso muito para fazer a diferença… um ombro amigo, um sorriso, uma palavra… e com isso apenas podemos mudar o nosso mundo e o mundo de outros.

Há já vários anos que faço voluntariado e este tem sido um processo de grande aprendizagem e crescimento pessoal. Porque aquilo que recebo dos outros e que com eles aprendo é sempre muito enriquecedor. O voluntariado é um processo de descoberta do Eu e do Outro.

2013 foi um ano de grandes mudanças para mim, tanto a nível pessoal como profissional. Abracei um novo desafio profissional no início do ano, que me levou de Leiria a Lisboa e agora de Lisboa a Madrid. Num momento de grandes incertezas arrisquei e felizmente consegui realizar um dos meus sonhos. Conheci novos lugares, novas culturas, novas pessoas. Vivi momentos de grande alegria em família e junto dos amigos, chorei de saudades e de alegria. Conheci pessoas fantásticas que me ensinaram muito e fiz amigos para a vida. Um amigo passou-me noutro dia uma preciosa lição do seu avô: cada ano procura 12 pérolas, 12 pessoas novas, porque cada uma delas terá alguma coisa para te ensinar. Uns ajudam-nos a sorrir, outros ensinam-nos a partilhar, com outros aprendemos a ouvir e com outros a amar. Cada pessoa nos enriquece, na sua singularidade.

Deixemo-nos tocar pelas palavras e exemplo de Madiba e sejamos instrumentos de mudança!

Nota: O meu especial agradecimento ao Região de Leiria e à AMIGrante pela oportunidade de publicar neste espaço durante os últimos meses.

(texto publicado na edição de 24 de dezembro de 2013)