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Covid-19

Covid-19: “Adesão dos portugueses à vacinação é histórica e cultural”

De visita ao Centro de Vacinação de Leiria, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde mostrou-se satisfeito com o ritmo do processo de vacinação.

foto do secretário de estado António Sales no centro de vacinação de Leiria em conversa com utentes
Centro de Vacinação de Leiria funcionou em "casa aberta" este fim de semana Fernando Rodrigues

António Sales, secretário de Estado Adjunto e da Saúde, afirmou hoje não existirem razões para tornar obrigatória a vacinação contra a Covid-19 em Portugal, se a adesão dos cidadãos mantiver os níveis até agora registados.

Na visita que este domingo realizou ao Centro de Vacinação de Leiria, a funcionar no Estádio Dr. Magalhães Pessoa, o governante sublinhou que os portugueses aderem “histórica e culturalmente” aos processos de vacinação. “Se continuarmos com o exemplo de cidadania que hoje aqui estamos a ver, com o exemplo de cidadania que temos visto nos portugueses ao longo destes meses de vacinação, eu acho que não há nada para tornar obrigatório, porque os portugueses aderem por si só a estas mensagens de sensibilização”, afirmou.

António Sales foi questionado pelos jornalistas sobre as declarações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que hoje afirmou, face à adesão “tão grande” à vacinação, que “não se coloca em Portugal a questão” de ter de ser obrigatória.

O secretário de Estado acrescentou não ser “jurista nem constitucionalista” para se pronunciar sobre aquela matéria, mas lembrou que “os portugueses têm uma cultura de sensibilização muito grande à vacinação e é histórica, não é de agora”.

“Temos um plano de vacinação com uma cobertura superior a 97,98%. Portanto, os portugueses estão habituados a aderir à vacinação, aderem à vacinação histórica e culturalmente”, prosseguiu.

António Sales destacou ainda que se atingiu “a meta de um milhão e meio de pessoas vacinadas” com a dose de reforço contra o novo coronavírus “14 dias antes” da data com a qual o Governo se tinha comprometido.

“Isso deve-se, de facto, ao tal enorme esforço de planeamento e a um enorme esforço dos portugueses”, declarou, referindo que “esta almofada temporal” permite “vacinar, até ao Natal, mais gente dentro das faixas elegíveis”, para que “haja um menor impacto possível sobre a época do Natal nas famílias” e também “um menor impacto possível sobre os serviços de saúde”.

Hospitais com planos de contingência quase fechados

O centro de vacinação de Leiria esteve, este fim de semana, a funcionar em “casa aberta” para vacinar utentes com mais de 65 anos, quem levou a vacina da Janssen ou quem ainda não tenha sido vacinado.

Durante a visita, António Sales manifestou-se ainda muito preocupado com a “tendência crescente” da pandemia de Covid-19 em Portugal, que hoje registou mais 23 mortos e 3.786 infeções.

“Estamos, claro, muito preocupados. Estamos com 374 de índice de incidência por 100.000 habitantes a 14 dias. Estamos com um índice transmissibilidade de 1,13, portanto, ainda superior a 1. E é claro que isso nos preocupa por ter uma tendência crescente”, afirmou aos jornalistas.

O governante insistiu na necessidade de acelerar a vacinação e o reforço da testagem, assim como no “controlo de fronteiras, com a obrigação do teste à chegada”.

Afirmando-se, igualmente, preocupado com os serviços de saúde, o secretário de Estado adiantou que foi pedido “a todos os hospitais e a todos os serviços de saúde planos de contingência” e que “as escalas de banco estivessem asseguradas”.

“Pontualmente, há um outro hospital que ainda precisa de poder tapar uma outra escala, mas isso é perfeitamente normal no Serviço Nacional de Saúde”, declarou, garantindo que a grande maioria dos hospitais já deu as escalas fechadas até ao final do ano.

Questionado se haverá recursos humanos suficientes nos hospitais para o Natal e Ano Novo, António Sales, que foi médico do Centro Hospitalar de Leiria, respondeu que “os recursos humanos é algo que é sempre muito exigente”.

“Eu sou profissional de saúde e tenho um grande respeito e acredito na consciência cívica dos profissionais de saúde relativamente a esta matéria e, portanto, os profissionais de saúde nunca nos abandonam e nós nunca abandonamos os profissionais de saúde”, garantiu, acrescentando que há atualmente “mais cerca de 30 mil profissionais de saúde” do que em 2015, no que classificou de “esforço enorme” de recrutamento.

Ainda assim, reconheceu que “haverá sempre em alguns locais a falta de profissionais de saúde”.

“Nesses casos, cá estamos para contratar, para continuar a contratar, para suprir essas faltas. Temo-lo feito com tranquilidade, com serenidade. Sabemos que nalguns casos pontuais há problemas que se vão resolvendo, também. Isso é que é fazer a gestão de um Serviço Nacional de Saúde”, acrescentou.

No Centro de Vacinação de Leiria, António Sales ouviu elogios à organização e agradecimentos, que retribuiu, com agradecimentos pela adesão à vacinação.

“Continuem assim, estão de parabéns”, disse uma utente a António Sales, enquanto outro aproveitou a presença do governante para se queixar dos salários baixos e, depois, para reconhecer a importância do processo de vacinação.

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