Chama-se “Sei que vossa excelência comeu os seus miolos ao pequeno-almoço e se mantém em jejum natural” e resulta da releitura em modo eletrónico e experimental do repertório de António Cova. Após ano e meio de ensaios, o novo projeto liderado pelo cantautor e que integra também Lisa Teles (sintetizadores e programações) e Pedro Miguel (acordeão, sintetizadores e também os mais exóticos theremin, cowbell, shruti box, kemenche) ganha forma de disco (vinil e CD) e é apresentado em registo festivo na sede d’“O Nariz”, este sábado, dia 28 (21h30).
O título do disco é uma frase de Camilo de Castelo Branco, escolhida para “resumir o contexto esquizofrénico do álbum,” e, também, por “refletir o momento que vivemos atualmente e que se reflete nos ‘comentadeiros’ das redes sociais: grande parte deles cheios de sim mesmos”, explica António Cova.
Ao vivo, o projeto tem surpreendido “para ambos os lados”: Talvez por o registo apresentado ser completamente diferente daquele para o qual as músicas foram inicialmente construídas”, a vertente dançável resulta “numa melhor comunhão com o público”, reconhece o compositor e intérprete.
Em comunicado, o disco é apresentado como “um mergulho sonoro que reafirma a identidade singular de António Cova”, músico de Leiria que “canta o quotidiano com estórias de desgraça, carregadas de verdade, de linguagem direta, de universos paralelos meio melodramáticos”. Neste projeto juntam-se a ele os Oko Yono (Lisa Teles e Pedro Miguel), “também eles com a dose certa de insubordinação e descontração”.
Composto por oito faixas, o álbum revela o repertório de Cova em forma dançável, com uma sonoridade que viaja de Technotronic a Einstürzende Neubauten, de Buraka Som Sistema a Ocaso Épico. “Sei que vossa excelência comeu os seus miolos ao pequeno-almoço e se mantém em jejum natural” é revelado ao vivo este sábado, acompanhado por lançamento físico e nas redes sociais.
