Das quase 1.500 pessoas que participaram no estudo sobre as alterações de hábitos de vida, ansiedade e necessidades psicológicas básicas, realizado nas últimas semanas por docentes da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) do Politécnico de Leiria, 45% referem ter passado a comer mais vezes e 32% em maiores quantidades.
Ainda sobre os hábitos alimentares realizados durante o isolamento a que os portugueses estão sujeitos, durante o estado de emergência, 42% respondeu que passou a comer mais entre refeições, mas a mesma percentagem (42%) responde que “agora tem mais cuidado na seleção dos alimentos”.
Dos 1.428 inquéritos submetidos, a grande maioria dos sujeitos “ou se encontrava em isolamento social sem trabalho e com outras pessoas na mesma habitação (33%) ou, por outro lado, são sujeitos em teletrabalho a partir de casa, partilhando a mesma com outras pessoas do agregado familiar (40%)”, referem os resultados preliminares do estudo.
Hábitos de deitar
A qualidade do sono também foi outro aspeto avaliado no questionário e os resultados revelam que 58% dos participantes dizem “estar satisfeitos com a qualidade do seu sono, tendo 61% mantido os horários de deitar por comparação ao período pré-covid”.
Relativamente ao exercício físico neste período, 27% dos homens e 29% das mulheres indicam que aumentaram os níveis de atividade física.
O estudo, realizado entre 2 e 16 de abril, analisou ainda dados respeitantes aos níveis de ansiedade, numa escala que se situa entre 20-80. Os resultados preliminares indicam que as “mulheres apresentam um valor médio mais elevado, na ordem dos 46 pontos e os homens na ordem dos 41, sendo que os dados permitem perceber que os indivíduos que referiram maior níveis de atividade física apresentaram níveis de ansiedade mais baixos”.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>“Os dados parecem indicar que a população portuguesa está mais atenta aos benefícios da atividade física e exercício e, ainda, em relação a outros comportamentos como os hábitos de sono e alimentação, indo ao encontro das recomendações da DGS e de inúmeras notícias veiculadas pelos órgãos de comunicação social e redes sociais”.
Grupo de investigadores responsável pela análise dos resultados do inquérito
No entanto, acrescentam, “a prática de exercício regular requer o aconselhamento de um profissional de exercício físico, capacitado para a avaliação e prescrição de um programa de treino individualizado e adaptado às reais necessidades do indivíduo”.
Participaram no estudo 1.428 sujeitos maiores de 18 anos, maioritariamente do género feminino (69,7%), residentes na região Centro do país (73%), seguindo-se Lisboa e Vale do Tejo (16%), Grande Porto e Norte (6%) e restantes regiões, ilhas e estrangeiro (5%).
Dos participantes, 46% são casados e têm na sua grande maioria formação superior (68%), estando nesta fase a grande parte ativa, cerca de 73%.
O grupo de trabalho que está a realizar este estudo é coordenado pelo docente Raul Antunes, com a participação dos investigadores da ESECS Nuno Amaro, Rui Matos, Rogério Salvador, Ricardo Rebelo e Pedro Morouço, e Roberta Frontini, investigadora da Universidade de Aveiro.